sábado, 12 de setembro de 2015

BENDITA ESPERANÇA E GRAÇA.




Esperei confiantemente pelo SENHOR; Ele Se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro. Tirou-me de um poço de perdição, de um tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma Rocha e me firmou os passos. E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no SENHOR.” Salmos 40:1-3.
INTRODUÇÃO
A esperança é uma das maiores virtudes que Deus nos concede. Esperamos não em homens, não em políticos, não em patrões. Esperamos em Deus! E Deus nunca falha, nunca desiste, nunca frustra esperanças. Confie em Deus! A esperança é fruto da fé, pois se esperamos em Deus, é porque cremos nEle, em Sua Palavra, em Suas promessas. A esperança dos filhos de Deus é tão real e notória, que cada um deles tem muitas bênçãos para contar e testemunhar da fidelidade de Deus, nosso Pai amoroso, maravilhoso! Portanto, vale a pena buscar alicerçar e fortalecer a nossa esperança em Deus. Não podemos caminhar de qualquer jeito, tipo “do jeito que vai, vai…” Não é assim que Deus quer, não é assim que Ele age, não pode ser assim o andar dos filhos de Deus. Busquemos fortalecer a nossa fé, a nossa convicção em Deus, a nossa esperança! Façamos o que for necessário para alcançarmos isso.
EXPLICAÇÃO
As dúvidas e receios sobre o agir de Deus formam um lamaçal horrível, e que tem sido pisado por muitos filhos amados de Deus. Há poder e graça suficiente em Deus para ajudar aos fracos e, ainda que indignos, mas que confiam nEle. O salmista esperou pacientemente, e continuou acreditando, esperando e orando, semelhantemente a Cristo e Sua agonia no Jardim e na Cruz. Mas os que esperam pacientemente em Deus, não esperam em vão. Aqueles que estão em um estado de tristeza e agonia, pela graça de Deus são tirados do poço do desespero, e são colocados em Cristo, que é a única Rocha em que a nossa alma pode estar, onde Deus nos dá esperança firme, e vivemos uma caminhada firme e constante. (Matthew Henry).
Começamos a estudar esse texto dia 15.07.12 com a primeira mensagem dessa série, ESPERA EM DEUS, onde destacamos que nós, os filhos de Deus, precisamos saber ESPERAR; mas ESPERAR CONFIANTEMENTE; ESPERAR CONFIANTEMENTE PELO SENHOR. A esperança exige aprendizado. Não se espera em Deus de qualquer jeito, é necessário aprendemos a esperar em Deus!
Na segunda mensagem (29.07.12), O AGIR DE DEUS, destacamos o agir de Deus na vida daquele que nEle espera: Deus ouve nossas orações, as atende conforme o Seu propósito, nos tirando do lamaçal e colocando nossos pés sobre a Rocha que é Cristo. Ele também enche os nossos corações de louvor, onde havia tristeza agora há júbilo e alegria nEle.
ARGUMENTAÇÃO
Hoje terminaremos essa série falando acerca de alguns efeitos da esperança no convívio dos filhos de Deus. Quem espera em Deus exibe um tipo de vida que contagia, influencia e transforma. Essa é uma obra de Deus, então poderíamos perguntar: o que Deus faz através da vida desse Seu povo, que vive a vida cheia de esperança? R.: Ele transmite Sua graça através dessas vidas preciosas. A pergunta seguinte é: COMO Ele faz isso? Qual é o método que Deus usa para transmitir graça através da vida do povo que foi tirado de tantos lamaçais e colocado sobre a Rocha?
“muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no SENHOR.” Salmos 40:3b.
1 – ESSE POVO É NOTADO
“muitos verão essas coisas” Sl 40:3b.

Nós fomos chamados para fazer diferença. É assim que a Palavra fala de nós como “sal da Terra” e “luz do mundo”. Somos o povo que Deus usa, o povo que Ele comprou com o Seu Sangue para fazer uma grandiosa obra no mundo em que vivemos. E o Salmo está dizendo que “muitos verão essas coisas”. Note que não são poucos, mas “muitos verão essas coisas”. Que coisas? A obra que Deus fez em nossas vidas. Nossa vida é a vitrine de Cristo, é através da esperança que reside em nós, e da obra que Deus faz, que o nome dEle é conhecido e exaltado. A sua vida é assim? O que as pessoas falam de você? O que elas pensam? Devemos viver de tal modo que o nome de Cristo seja visto em nossas vidas. Vivamos essa esperança que Deus fará a Sua obra, e nos usará através de nosso testemunho, vivido e falado.
Caminhamos no temor do senhor: O QUE É O TEMOR DO SENHOR?
Muitos pensam que temer a Deus se resume em sentir medo de Deus. Eu diria que “não só”, mas “também”. Mais que medo, o temor de Deus é um respeito santo que temos por Ele, que nos é dado por Ele mesmo, e que nos leva a obedecê-Lo, amá-Lo, honrá-Lo com nossas vidas, seja em palavras, pensamentos e ações.
A Bíblia nos fala muito acerca do temor de Deus.
•    O temor do Senhor nos leva a viver sabiamente. “O temor do SENHOR é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino.” Provérbios 1:7.
•    O temor do Senhor é aprendido através do conhecimento da Bíblia. “Vinde, filhos, e escutai-Me; Eu vos ensinarei o temor do SENHOR.” Salmos 34:11.
•    O temor do Senhor é o modo de caminhar que agrada a Deus. A Igreja que anda no temor de Deus, cresce! “A Igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número.” Atos 9:31.  Finalizando ,Que o senhor nos conceda graças.......amem!

A Doutrina Bíblica do Pacto das Obras/Criação





  Introdução:
O estado original do homem em sua relação com Deus (vida religiosa) tinha suas raízes numa aliança, conhecida como aliança, ou pacto das obras ou pacto da criação. A Escritura apresenta claramente o caminho da salvação na forma de uma aliança no paralelo que Paulo traça entre Adão e Cristo (Rm 5), logo o estado de integridade de Adão deve ser visto também em termos de uma aliança.
 

Essa forma de entender a relação do homem com Deus é conhecida historicamente de teologia do pacto ou teologia federal (representativa. Do latim foedus = aliança, pacto, tratado, convenção, união). Sua sistematização final aconteceu no período da Reforma; inicialmente com Bullinger (Compêndio da Religião Cristã); depois Oleviano e finalmente Cocceio (1648). A doutrina do pacto é a espinha dorsal da Confissão de de Fé de Westminster. A doutrina do pacto das obras (da criação) teve fraca receptividade na teologia católico-romana e na luterana devido sua atitude de rejeição da doutrina da imputação imediata do pecado de Adão aos seus descendentes.

Nos EUA está presente nos escritos de Charles Hodge, Thornwell, Breckenridge e Dabney. Na Holanda foi ensinada por Abraham Kuyper e Herman Bavinck, influenciando a Teologia Sistemática de Berkhoff, que é adotada nos seminários presbiterianos brasileiros desde 1970. Por essa razão, a fé Reformada é conhecida como a teologia do Pacto.
 

O. Palmer Robertson define que "pacto é um vínculo de sangue administrado soberanamente" (p.8). Ele sempre contém o sentido de vínculo ou relacionamento, antes que a idéia de "obrigação" ou "compromisso". O elemento essencial de um pacto é que alguém fica vinculado a outrem pelo estabelecimento de um compromisso. O vínculo leva a obrigações graciosas da parte de Deus para com o homem, e de uma resposta obediente da parte deste último para com Deus.

B. O Fundamento Bíblico da Doutrina da Aliança das Obras.
1. OS ELEMENTOS COMPONENTES DE UMA ALIANÇA ESTÃO PRESENTES NA NARRATIVA DA CRIAÇÃO.
 
Gênesis 1-3 não define o tempo de duração da “aliança”, mas isto não quer dizer que os dados necessários para a formulação de uma doutrina da aliança não estejam presentes ali. Embora a palavra “trindade” não apareça nas Escrituras a doutrina da Trindade é claramente bíblica. Todos os elementos componentes de uma aliança estão indicados na Escritura, e se os elementos estão presentes, não somente temos base para relacioná-los uns com os outros, num estudo sistemático da doutrina, mas também temos o dever de fazê-lo, dando à doutrina assim elaborada um nome apropriado. Em Gênesis 1-3 são mencionadas duas partes: é estabelecida uma condição, está claramente envolvida uma promessa de recompensa pela obediência, e é feita a ameaça de uma penalidade pela transgressão. A Bíblia não descreve a instituição do pacto entre Deus e Adão, nem os termos firmados e sendo aceitos por Adão, todavia não lemos esse mesmo tipo de relato na aliança ratificada nos casos de Noé e Abrão.
 

Deus e o homem não comparecem como partes iguais em nenhuma destas alianças. Todas as alianças de Deus são da natureza de disposições soberanas impostas ao homem. Deus é absolutamente soberano em Seus procedimentos para com o homem, e tem todo o direito de impor as condições que o último deve cumprir, para desfrutar o Seu favor. Além disso, mesmo em virtude da sua relação natural, Adão tinha o dever de obedecer a Deus; e quando foi estabelecida a relação pactual, essa obediência tornou-se também uma questão de interesse próprio. Quando entra em relações pactuais com os homens, é sempre Deus que estabelece os termos, e estes são termos misericordiosos, provenientes da Sua graça, de modo que Ele tem, deste ponto de vista igualmente, todo o direito de esperar que o homem lhes dará assentimento. No caso da aliança das obras, Deus anunciou a aliança, e Adão, vivendo ainda sem pecado tinha garantia suficiente da sua aceitação.

2. HOUVE PROMESSA DE VIDA ETERNA.
 
Alguns negam a existência de qualquer prova bíblica da promessa de vida eterna feita a Adão, mas ela está claramente implícita na alternativa da morte como o resultado da desobediência. A clara implicação do castigo anunciado é que, em caso de obediência, a morte não entraria no mundo, e isto só pode significar que a vida teria continuidade. Tem-se objetado que isto significa apenas a continuação da vida natural de Adão, e não daquilo que a Escritura chama de vida eterna. Mas o conceito bíblico de vida é vida em comunhão com Deus; e esta é a vida que Adão tinha, conquanto no caso dele ainda pudesse ser perdida. Se Adão vencese o período da prova, esta vida não somente seria mantida, mas também deixaria de estar sujeita a ser perdida e, portanto, seria elevada a um plano mais alto. Paulo diz-nos expressamente em Rm 7.10 que o mandamento, que é a lei, era para a vida. Comentando este versículo, diz Hodge: “A lei foi destinada e adaptada para assegurar a vida, mas de fato veio a ser a causa da morte”. Isso está claramente indicado também em passagens como Rm 10.5 e Gl 3.13. Ora, esta gloriosa promessa de vida perene de modo nenhum estava implícita na relação natural de Adão com Deus, mas tinha base diferente. Essa base positiva e complacente de Deus era uma dádiva especial que sustenta o princípio da aliança. Pode continuar havendo alguma dúvida quanto à propriedade do nome “aliança das obras”, mas não pode haver quaisquer objeções válidas ao conceito de aliança presente no texto de Gênesis 1-3.

3. A ALIANÇA DA GRAÇA É A EXECUÇÃO SIMPLES DO ACORDO ORIGINAL, EXECUÇÃO FEITA POR CRISTO COMO O NOSSO FIADOR.
 
Ele se encarregou espontaneamente de cumprir a vontade de Deus. Ele se colocou sob a lei para poder redimir os que estavam sob a lei e que já não estavam em condições de obter vida mediante o seu próprio cumprimento da lei. Ele veio fazer o que Adão não conseguiu fazer, e o fez em virtude de um acordo pactual. Se assim é, se a aliança da graça é, no que se refere a Cristo, nada mais nada menos que o cumprimento do acordo original, segue-se que este deve ter sido também da natureza de uma aliança. E visto que Cristo satisfez a condição da aliança das obras, o homem pode agora colher o fruto do acordo original pela fé em Jesus Cristo. Agora há dois caminhos de vida, os quais são em si mesmos caminhos de vida; um é o caminho da lei: “o homem que praticar a justiça decorrente da lei, viverá por ela” (Rm 10.5) mas é um caminho pelo qual o homem não pode mais achar a vida; e o outro é o caminho da fé em Jesus Cristo, que satisfez as exigências da lei e pode dispensar a bênção da vida eterna.

4. O PARALELO ENTRE ADÃO E CRISTO É BASEADO NO CONCEITO DA ALIANÇA.
 
O paralelo que Paulo traça entre Adão e Cristo em Rm 5.12-21, no contexto da doutrina da justificação, só pode ser explicado com base no pressuposto de que Adão, à semelhança de Cristo, era o chefe de uma aliança (cabeça representante). De acordo com Paulo, o elemento essencial da justificação consiste nisto: que a justiça de Cristo é-nos imputada, sem qualquer obra pessoal da nossa parte para merecê-la. E ele considera isso um perfeito paralelo em relação à maneira pela qual a culpa de Adão nos é imputada. Isto leva naturalmente à conclusão de que Adão também estava numa relação pactual com os seus descendentes.

5. A PASSAGEM DE OS 6.7.
 
Em Oséias 6.7 lemos: “Mas eles transgrediram a aliança, como Adão”. Têm sido feitas tentativas para desacreditar essa tradução. Alguns têm sugerido a forma “em Adão”. O que implicaria, que alguma transgressão muito conhecida ocorreu num lugar chamado Adão. Mas a preposição proíbe essa tradução. Além disso, a Bíblia não faz menção alguma dessa tal transgressão histórica muito conhecida em Adão. A Versão Autorizada (Authorized Version) traduz “Como homens”, caso em que significaria, de maneira humana. A isto pode-se objetar que não há plural no original, e que essa declaração seria deveras fútil, pois como o homem poderia transgredir, senão à maneira humana? A tradução “como Adão” é a melhor, tendo o apoio da passagem paralela de Jó 31.33, e ajuda a esclarecer Romanos 3.23: “Todos pecaram e carecem da glória de Deus”. Todos pecaram em Adão, seu representante, e por isso são pecadores.

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Bibliografia:
 Louis Berkhof, Teologia Sistemática, ECC, p. 203-209 / O. Palmer Robertson, O Cristo de Pactos, LPC, p. 7-18. / Mauro F. Meister, “Uma Breve Introdução ao Estudo do Pacto”, Fides Reformata, vol. 3.I; jan-jul/1998, p.110-123. / Gleason L. Archer Jr. “Aliança”. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, vol. 1, Vida Nova, p.44-46.